É a Hora dos Titãs (1ª Temporada)
- Pipoca de Pedra
- 6 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de fev. de 2020
A expansão dos universos de herói seguem constante, e desta vez a Distinta Concorrente decidiu sair na frente com a febre dos serviços de streamings. Com promessas de séries e filmes originais, além de loja virtual, fórum e um acervo exclusivo de HQs, o Dc Universe é a mais nova aposta ousada dos irmãos Warner, para tentar competir com o exército de Kevin Feige. Iniciando este serviço, uma série sobre a parte mais jovem do acervo heroico da editora viria a surgir nas telas.
Titãs talvez seja o maior mix paradoxal de segurança e ousadia que poderíamos ter nas telinhas agora. Se por um lado o grupo é um grande sucesso recorrente (seja nas HQs, na animação de 2003 ou na nova roupagem mais infantil que acabou de ganhar seu primeira longa metragem), por outro, a decisão de trazer uma abordagem completamente diferente em cada uma das encarnações poderia tanto agradar públicos diversos, quanto confundir os mais desatentos.
Após sofrer uma tragédia em sua própria casa, Rachel Roth acaba fugindo para Detroit, onde o detetive Dick Grayson leva sua vida dupla como o ex-garoto prodígio, Robin. Auxiliados por uma mulher misteriosa e perdida, e um garoto com curiosas habilidades metamórficas, os quatro irão se unir para sobreviver, encontrar respostas, e salvar alguns inocentes no caminho.
Utilizando de paletas vermelhas, roxo, amarelo e verde, o grupo de quatro heróis irá se reunir contra uma organização secreta, numa série sombria e... Espera. Será que já vimos isto antes?
Após os precisos 11 episódios, acaba sendo fácil detectar o quão a série demonstra um amadurecimento da DC, e suas influências do universo de heróis urbanos da Netflix. Detalhes como o total aproveitamento da alta censura, e a ausência de vergonha em abraçar o visual quadrinesco, é apenas a ponta do iceberg do que torna Titãs uma porta de esperança para o que teremos pela frente. (Aprende Defensores!)
Uma história constante, ao contrário das tramas episódicas e Flash, Arrow e companhia, acaba tornando a trama gostosa de maratonar, e deixa o público ainda mais intrigados por uma clara sequencia. A sutileza nas participações dos heróis de alto escalão, e uma cidade realmente podre, traz tristes ares do que Gotham poderia ter sido. (Sim, há como fazer uma série do Batman sem Batman sem desfocar completamente a mitologia do personagem).
Mas claro que nem tudo são flores. A série sofre com algumas quebras de ritmo em episódios fillers (apesar de boa qualidade ao contrário de alguns... Sim, estou olhando pra você, Karen Page), e a falta de ver o grupo agindo junto por mais de dois episódios. A falta de peso do mutano para a trama central, e um Jason Todd com a personalidade do Damian Wayne (quarto Robin), tiram um pouco da qualidade mas sem estragar a boa experiência.
Apesar de algumas polêmicas adaptações, a série conseguiu se livrar bem de algumas limitações financeiras, comuns às séries de TV. A cor de pele de estelar e mutano, e mesmo uma preferência de animal em suas transformações, conseguiram ser bem justificadas ao ponto de convencer um público novato de que sempre foi assim.
Com uma trilha rock and roll, e um elenco promissor e desconhecido, a estreia do Dc Universe segue a boa maré de Aquaman, e mostra que realmente há esperanças para os dcnautas.
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