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Sex Education 2: Menos sex e mais education

Atualizado: 28 de fev. de 2020

Após um longo ano de espera, chega à Netflix mais um ano com aventuras e questionamentos sexuais do colégio Moordale. Matando as saudades de Otis, Maeve, Eric e companhia, os 8 novos episódios de Sex Education mostra uma sequência de bons momentos do serviço de streaming após sua empolgante corrida para o Oscar.


Dando sequência direta aos eventos encerrados na primeira temporada, este novo ano tem a arriscada decisão de aprofundar cada vez mais a psique e passado de seus protagonistas, sem introduzir muitos personagens novos, como uma série do gênero comumente faria.


No entanto, parte da característica marcante do primeiro ano acabou se esvaindo com a ausencia de episódios focados em histórias paralelas específicas, trazendo a introdução de um problema e seu apoteótico fechamento no mesmo episódio. Neste novo ano, dois clímax correm em paralelo na construção de expectativa para a final do quiz, e a apresentação musical de Romeu e Julieta.


Apesar de termos a inserção de Rahim e Isaac à trama, o segundo não deixa cair o protagonismo do trio principal, com direito à mais visitas em seu passado e aprofundamento em suas intimidades. No entanto, este foco acaba em determinado momento intrincando excessivavemente a trama e alongando resoluções de uma forma que beira ao repetitivo e tedioso na barriga da metade da temporada.


Porém, tal característica some e a série retoma seu eixo nos episódios finais, entregando momentos memoráveis como a festa na casa dos Milburn e a denúncia de Maeve ao Conselho tutelar. Os discursos de drogas, bissexualidade, assexualidade e divórcio, mostram uma evolução nos temas delicados que a série já abordava, em uma satisfatória expansão que foge da repetição de questões já resolvidas anteriormente. Porém, se no primeiro ano os pontos de racismo e homossexualidade conseguiam ser discutidos de forma orgânica e poderosa, o episódio que aborda de forma mais clara o assédio público e o empoderamento feminino, surge com ótimas intenções mas acaba caindo numa panfletagem quase piegas, apesar de coroada com a referência à clube dos cinco.


Além do claro tema presente no título da série, vale notar que a cada episódio as questões parentais vem tomando conta do tema principal da série, sabendo dosar de forma criativa os diferentes problemas entre pais, mães e filhos em cada núcleo residencial dos personagens. Isto auxilia de forma narrativa à constante sensação de "isso vai dar merda" que a ação dos personagens passa aos espectadores, que antes limitavam sua identificação em um público jovem, e agora expande para questões mais maduras.

Uma das gratas repetições do primeiro ano nesta nova temporada, acaba sendo as referências às obras de Willian Shakespeare, desta vez feita verbalmente. Se antes tínhamos uma disfarçada versão de A Megera Domada no trio Otis-Maeve-Jackson, agora a interpretação de Romeu e Julieta e situações à Sonhos de uma noite de verão, ratificam a devoção da série ao autor britânico.


Por fim, apesar de pequenos deslizes de questões que não levam à lugar nenhum e cenas soltas (como o flashback da adolescência de Maeve que acaba não dizendo nada), a série agrada e cumpre seu papel de matar a saudade e evoluir a trama. Apesar de fechar muito mais pontas do que a primeira temporada, estes novos episódios de forma alguma fecham as portas para um vindouro novo ano deste American Pie contemporâneo.

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