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Especial Quentin Tarantino Parte 3 - – Bastardos, Django e as Vinganças Históricas

Atualizado: 28 de fev. de 2020

Após ter se aventurado em temas clássicos, como filmes de assalto, samurais e adaptações literárias, já era hora do grande visionário Quentin Tarantino se aventurar no tenro gênero da Segunda Guerra Mundial.


Este, que era para ser o quarto filme do diretor, acabou sendo diversas vezes adiado pela dificuldade de se encontrar um final digno para a trama, e um ator que estivesse à altura do grande vilão Hans Landa (que em escolha acertada de Cristopher Waltz o rendeu o óscar, mostrando o quanto vale a pena esperar).


A trama veio como o segundo completamente linear de Tarantino (após o polêmico Á prova de morte) dividida em cinco capítulos, e acompanhando duas tramas paralelas. De um lado, um caçador de judeus da SS nazista e uma sobrevivente de uma de suas investidas vivem uma tensa corrida de gato e rato, enquanto esta é chamada para sedear em seu cinema o novo filme de propaganda alemã. Do outro, um grupo guerrilheiro que dá nome ao filme, vinga a ira ariana com uma perseguição violenta a todo e qualquer militar que apareça em sua frente. Com o ponto de convergência sendo a estreia que abrigaria todo o alto escalão nazista, Tarantino irá reescrever a história do mundo para contar uma história de vingança e humor negro.


O elenco, que quase teve Adam Sandler como Donny Dorowitz, traz um dos grandes halls de estrelas do diretor até então. Com a audácia de lançar em solo americano um filme com apenas 40% de seu texto falado em inglês, Tarantino homenageia os grandes nomes do cinema europeu das décadas de 30 e 40.

O tema vingativo sempre presente nos filmes autorais do diretor o rendeu sete indicações ao óscar, e uma enorme gama de fãs. Mesmo demorando mais de uma década para sair do papel, sendo até listado entre os filmes mais improváveis de acontecer, Bastardos Inglórios realçou Brad Pitt ao grande público, e conseguiu trazer um grande clima de guerra sem ter nenhuma batalha, ou perder o tom bem-humorado de suas obras.

Esta grande visibilidade mundial, abriu espaço para Tarantino embarcar finalmente com tudo no tema que mais lhe enche o coração: O Faroeste. Seguindo a temática, a vingança histórica dos judeus sobre os nazistas, foi transferida para uma cruzada pessoal de um negro liberto contra uma supremacia escravista em Django Livre. Em um roteiro que flerta com improváveis metáforas de mitologia nórdica, o sétimo filme de Tarantino mostra a cruzada do personagem título para resgatar a sua amada.


Com o retorno do grande banho de sangue que havia tomado sua característica em Kill Bill, Django Livre é uma carta de amor de Tarantino ao Western Spaghetti de Sergio Leoni, e claro, ao clássico Django de Franco Nero. O filme foi escrito para Will Smith, mas acabou tendo a grata contratação de Jamie Foxx como personagem título, e o aproveitamento de Leonardo DiCaprio como vilão, coisa que quase aconteceu em Bastardos Inglórios.

Um fato importante na carreira do diretor entre estes dois longas, foi a perda da sua editora Sally Menke. Tendo montado todos os 6 primeiros filmes de Tarantino, Sally faleceu em 2010, dois anos antes da estreia de Django Livre.


Tendo se firmado logo como um grande diretor de faroeste, Quentin Tarantino queria repetir a dose com outras vertentes do gênero. Tirando Enio Morricone da aposentadoria, Os Oito Odiados traria uma trama mais intimista e com grande suspense, em um clássico western na neve. Mas isto, é outra história...

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