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Bojack Horseman - A Série Dessa Geração

Atualizado: 28 de fev. de 2020

Com o passar do tempo, cada vez mais as animações são reconhecidas como um meio de contar histórias não exclusivo do público infantil. Talvez este mérito se deva aos grandes sucessos de animações asiáticas como Akira e Ghost um the Shell, até séries como Death Note. Ou talvez o mérito desta nova onda de sucesso das animações ocidentais realmente se dê ao Matt Groening e seus polêmicos Simpsons, Futurama e Family guy. Curiosamente, está nova onda está tomando ares niilista com uma comédia mais pessimista dentro das animações adultas. Deixando Rick and Morty para outra hora, a bola da vez é a série original da Netflix, Bojack Horseman.

Lançada em 2014, a série acompanha Bojack (Will Arnett), um ator decadente de uma sitcom dos anos 90, tocando sua vida de meia idade nas ruas de sonhos e desesperos de Hollywood. Ah, e já ia me esquecendo um pequeno detalhe... Ele é um cavalo. Neste universo animado bidimensional, humanos e animais metamorfizados convivem em perfeita harmonia, retratando a selvageria do mundo corporativo. Junto com Bojack temos seu melhor amigo Todd (dublado pelo nosso eterno Jesse Pinkman, Aaron Paul); Diane, que é introduzida como a Ghost Writter de sua biografia; Princess Carolyn, sua agente e ex-namorada e mais uma enorme Gama de personagens de carisma extremamente memoráveis, que ocasionam um grande fandom de quem acompanhou estas 4 primeiras temporadas.

Apesar de ser uma grande comédia, Bojack Horseman consegue entreter em vários níveis de camadas para todo gosto. De forma mais superficial, a série pode ser vista como uma sitcom recheada de referências para todas as tribos e idades. Indo desde momentos específicos de política americana, até Stranger Things e Kayne West, a série brinca com um roteiro tão imersivo no mundo da fama, que seria impossível uma pessoa captar todos os nomes, ou nenhum. Indo mais ao fundo, a série investe em situações de pessimismo e decepções, que podem beirar o depressivo em alguns momentos, mas consegue ao fim manter um equilíbrio admirável com seu alívio cômico.

No entanto, o que faz este programa ser a série definitiva desta geração, sem dúvida são as discussões e críticas sociais. Ao longo de seus primeiros 48 episódios, a série trata de racismo (espelhada nas relações entre os animais), feminismo, aborto, questões armamentistas, política mundial, idolatria, abuso sexual, exploração infantil, consumo excessivo de drogas, alienação e tantos outros que poderiam ser citados a exaustão.

Admiravelmente, a série mostra uma enorme maturidade ao mostrar o homossexualismo como algo comum e cotidiano, sem panfletagem. Desmistifica o glamour hollydiano das estrelas e de como chegar lá. E ainda consegue ser uma comédia excelente que investe desde o humor mais sutil e sarcástico, até trocadilhos linguísticos e piadas feitas para serem ruins e gerarem situações desconcertantes.

Por fim, talvez o ponto mais profundo de uma análise da série seja seu grande celeiro experimental. Nestes 4 primeiros anos tivemos: Um episódio completamente sem diálogo, uma experiência audio-visual psicodélica, um episódio com cenas picadas e desconexas sem perder a coesão, coerência e entendimento, dois episódios onde flashbacks e presente se mesclavam para contar duas histórias ao mesmo tempo, narrações, pontos de vista... enfim.

Bojack Horseman retorna no dia 14 de setembro para seu quinto ano, ainda sem previsão de final. Apesar do quarto ano ter apresentado um final satisfatório, e com fechamento de ciclos, os dasaguardam por mais 12 episódios de piadas, referências, participações especiais, e com os grandes socos no estômago que a série dá em seus momentos mais sérios.

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